Nied e Labjor lançam site com informações sobre o Projeto Time

Joana Darq Cardoso dos Santos não dispensou de vez o giz, a lousa e a cadeira, mas está empenhada em ensinar a partir da realidade da atual geração de estudantes; uma geração capaz de trabalhar com várias informações ao mesmo tempo, em vez de ficar cinco horas concentrada na mesma disciplina. “Os alunos aprendem de forma lúdica, atuando como produtores. A tecnologia já está na cabeça dos alunos, e o projeto Time ajuda a trabalhar o conteúdo programático com o auxílio desses recursos tecnológicos.” Professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinheiros, em Hortolândia, uma das escolas envolvidas no Projeto Tecnologias e Mídias Interativas na Escola (Time) da Unicamp – uma parceria entre o Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied), o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp e a Prefeitura de Hortolândia –, Joana diz que a tecnologia já faz parte do cotidiano dos escolares e que basta trabalhar o conteúdo programático com o auxílio dos recursos midiáticos. Nesta quarta-feira (17), Joana participou, ao lado de diretoras, professoras das escolas e pesquisadores, do lançamento do site do projeto no auditório da Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp). A página, de acordo com a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri), responsável pelo Labjor, Vera Toledo, é um banco de dados sobre o projeto.
No evento de lançamento foram apresentados os resultados de um ano de trabalho do Time e, de acordo com o depoimento do coordenador do Nied e do projeto, João Vilhete Viegas d’Abreu, os avanços envolvem produção de vídeo e rádio web com participação dos alunos. Depois de melhorar a atuação dos professores em sala de aula a partir da oferta de webcam, câmeras fotográficas, filmadoras e computadores, a expectativa é que o projeto envolva também a comunidade em torno das escolas. “Isso intensifica a missão da Universidade de trabalhar com a sociedade”. E isso Joana acredita que já esteja acontecendo, pois ao apoiar os trabalhos dos filhos os pais já estão saindo da condição de clientes para produtores, fazendo-os olhar para o aspecto pedagógico de uma tecnologia que muitos já utilizam, seja por recursos como MSN ou Orkut.

Segundo Vilhete, o projeto, realizado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) envolve quase 1,2 mil estudantes de duas escolas municipais de ensino fundamental (Jardim Adelaide e Parque dos Pinheiros). Cada escola recebeu 18 microcomputadores de última geração, uma impressora multifuncional, uma câmera de vídeo digital e um aparelho de televisão de 32 polegadas. Os professores também recebem bolsa da FAPESP, mas um deles recebe bolsa da própria prefeitura da cidade.
A possibilidade de poder trabalhar com recursos de mídia, facilita e aprimora a prática pedagógica, na opinião da vice-prefeita eleita de Hortolândia, Jacyra de Souza. A experiência como secretária da educação na gestão anterior da cidade fez com que ela percebesse os benefícios do projeto para a qualidade da educação. “Entre as grandes vantagens do projeto, está a melhoria do desempenho escolar e a possibilidade de os alunos produzirem o conteúdo. O material é incorporado aos recursos metodológicos”, diz Jacyra.