Criação de metodologia aplicada às práticas da aprendizagem criativa para alunos do ensino fundamental I: propondo práticas efetivas para o ensino de matemática
O presente plano de estágio pós-doutoral, intitulado Criação de metodologia aplicada às práticas da aprendizagem criativa para alunos do ensino fundamental I: propondo práticas efetivas para o ensino de matemática tendo como objetivo apresentar a metodologia dos 4 P’s da Aprendizagem Criativa como prática de ensino para potencializar o ensino de Matemática. Será discutida a importância de trazer práticas mais significantes e criativas para a educação do século 21, tendo como plano de fundo o desafio de desenvolver uma sociedade que pense de forma mais crítica as questões vividas na atualidade.
Contexto esse em que muitos alunos encontram dificuldades de se prepararem para as demandas do mercado de trabalho. Separados de um lado pelo volume gigantesco de informações e do outro pela falta de habilidade ou quase ausente de aproveita-las de forma significativa. Com a chegada de inovações estruturais nas salas de aula e em nossas escolas, podemos apontar para um cenário desastroso a respeito do que convencionou-se chamar de práticas pedagógicas. A educação atual, intrinsicamente potencializada pelo uso de novas práticas diante da cultura tecnológica, é explicitamente falha por não conseguir engajar os estudantes no aprendizado profundo e transformador. Chegamos, aqui, ao estágio de definição de um novo paradigma emergente. Pensar em aplicar os novos modelos de ensino e aprendizagem é uma questão de superar o ritual quase sacro da metodologia tradicional para abraçar as práticas educacionais mais criativas e participativas em sala de aula, as quais devem promover o saber como um ato colaborativo. Na verdade, a perspectiva de Paulo Freire está baseada na crítica do modelo de educação denominado “bancária”, na qual o ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador, o depositante, nos leva a dizer que a educação bancária privilegia a transmissão de conhecimento, sem se preocupar com a retenção deste.
A abordagem de Paulo Freire critica veementemente o modelo de educação “bancária”, no qual o conhecimento é depositado pelo educador no educando, perpetuando uma dinâmica de poder desequilibrada e limitando o potencial crítico e criativo dos alunos. Em contraste, as referências curriculares contemporâneas buscam fomentar o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, colaboração, criatividade, inovação e competência digital, refletindo uma concepção de aprendizado como um processo ativo e colaborativo.
Remixando as práticas de Seymour Papert e Mitchell Resnick, que nos trouxeram a vivência de suas práticas empíricas do “aprender fazendo” e a partir dessa experimentação, chegar a conclusões de que a construção do conhecimento em ambientes enriquecidos de tecnologia digital oferece um modelo de instrução que é, ao mesmo tempo, motivador e intrinsecamente conectado à vida real. Esses pensadores recomendam o estabelecimento de ambientes de aprendizado onde o aluno passa a ser capaz de questionar, testar e se expressar de maneira criativa as suas ideias, utilizando a tecnologia como um mecanismo para aumentar as fronteiras e a profundidade de seu aprendizado.
Os fundamentos teóricos de Jean Piaget e John Dewey, apoiam para práticas de aprendizagem como um processo ativo de construção do conhecimento, no qual as experiências concretas e a reflexão sobre essas experiências são essenciais. Dewey, em particular, argumentava que a educação deveria preparar para a vida, e não apenas para o trabalho, enfatizando que a aprendizagem deve estar diretamente ligada à vida em todos os seus aspectos e aos interesses vitais dos alunos, promovendo a educação como uma jornada de descobertas contínuas e ativas.
O panorama educacional do século 21, não está apenas centrado no uso das tecnologias educacionais em sala de aula, mas essencialmente na pedagogia centrada no protagonismo do aluno. Tal reorientação das práticas de ensino requer modelos que empoderem os alunos para aprender sobre a própria agência a partir da interatividade, na relevância do aprendizado em ambientes e contextos reais e digitais. A produção de conhecimento torna-se descentralizada, ocorrendo tanto em ambientes formais quanto informais, e se aprende a partir de um processo contínuo, inerente e influenciado pelos interesses e pela participação ativa dos aprendizes. Embutir práticas de aprendizagem criativa e adotar tais perspectivas integrando-as à prática pedagógica pode transformar a educação em uma ferramenta verdadeiramente eficaz para preparar os jovens para o século 21. Assim, garantimos que os aprendizes estejam capacitados não apenas pelos conhecimentos que adquirem, mas com o poder de pensar criticamente, colaborar, criar e inovar.
sandra.bozolan+nied@gmail.com | |
Linha de Pesquisa |
Construcionismo e Metodologias ativas (Robótica pedagógica, STEAM e Maker) Cultura e Mundo Digital Pensamento Computacional e Letramento Digital Tecnologias digitais em contexto Formal, Não Formal e Informal Computação na Educação Básica e Superior Currículo e Tecnologias educacionais Formação Docente para uso de Tecnologias Digitais (inicial e continuada) |
Data de Início | 20/06/2024 |
Equipe |
Sandra Muniz Bozolan Hermes Renato Hildebrand |