O Projeto OEA e sua importância para o NIED

O Projeto OEA e sua importância para o NIED 

Por: José Armando Valente
Ano: 2006

O projeto “Formação de Professores Via Telemática”, iniciado em 1998, foi financiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). No primeiro ano do projeto, 1998-1999, assumiu um caráter nacional, envolvendo o Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Nied da Unicamp. Nos anos subseqüentes, até dezembro de 2002, ele contou com a colaboração de centros de pesquisa de diferentes países da América Latina e Caribe[1]. No Brasil, durante os anos de 1999 até 2002, contou com a participação do LEC, do Nied e do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da PUC-SP. Ao longo desses anos, ficou conhecido como Projeto OEA.

Durante os seus cinco anos de duração, entre os anos de 1998 a 2002, este projeto assumiu diferentes enfoques, porém os objetivos foram o desenvolvimento e   uso de metodologias de formação de educadores via Internet, e a disseminação de ações e resultados também via Internet. Cada um dos países, inclusive cada um dos centros no Brasil, desenvolveu ações de formação de professores usando a rede telemática, respeitando as idiossincrasias dos respectivos sistemas escolares de cada parceiro envolvido. Isto implicou na elaboração de ambientes de EaD, na criação de abordagens pedagógicas que privilegiaram a construção de conhecimento e na formação de inúmeros educadores nos diferentes países, como relatados nos livros organizados por Moraes (2002), Valente (2003) e Azinian (2004), bem como, a disseminação das ações e dos resultados, também realizados via internet, por intermédio do site do projeto encontrado no endereço OEA.

Especificamente com relação ao Nied, foram desenvolvidas duas ações principais: continuidade do desenvolvimento do ambiente computacional TelEduc, para a realização de atividades de educação a distância (Rocha, 2002) e a formação de professores-multiplicadores do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do município de Campinas, montado pelo ProInfo em colaboração com a Secretaria Municipal de Educação de Campinas (SME-Campinas) (Prado; Valente, 2003).

Esse projeto foi importante para o desenvolvimento do ambiente TelEduc, que incorpora diversas idéias sobre a construção de conhecimento e sobre a interação professor-aprendiz, que haviam sido utilizadas nas atividades presenciais do Nied. Permitiu ainda mostrar como esse ambiente pode ser fundamental para acompanhar o trabalho que os professores realizam, facilitando o “estar junto” deles, fornecendo o suporte necessário para implantar as atividades de uso da informática na sua prática. As idéias do estar junto virtual e o TelEduc foram utilizados em diversos projetos de formação, ampliando a escala de atuação da equipe do Nied.

 


[1] No período 1999-2000 foram 14 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia,  Costa  Rica,  El Salvador,  Guatemala,  Haiti,  Honduras,  México,  Nicarágua,  Panamá,  Paraguai, República Dominicana e Venezuela), em 2000-2001, 7 países (Argentina, Brasil,  Chile,  Colômbia,  Costa  Rica,  República Dominicana e Venezuela) e em 2001-2002, 3 países (Argentina, Brasil e Chile).

Referências

AZINIAN, H. Educação a distância: relatos de experiências e reflexões. Campinas: Nied-Unicamp. 2004.
MORAES, M.C. (org) Educação a distância: Fundamentos e práticas. Campinas, SP: Nied, Unicamp. 2002.
PRADO, M.E.B.B; VALENTE, J.A. A formação na ação do professor: Uma abordagem na e para uma nova prática pedagógica. In: VALENTE, J.A. (Ed.) Formação de educadores para o uso da Informática na escola (pp. 21-38), Campinas, SP: Nied, Unicamp, 2003
ROCHA, H.V. O ambiente TelEduc para educação a distância baseada na Web: Princípios, funcionalidades e perspectivas de desenvolvimento. In: MORAES, M.C. (Org.) Educação a distância: Fundamentos e práticas (pp. 197-212). Campinas: Nied, Unicamp, 2002.
VALENTE, J. A. (Ed.) Formação de educadores para o uso da informática na escola. Campinas, SP: Nied, Unicamp. 2003.