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PROJETO DE INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO ESPECIAL – PROINESP
COORDENADO POR:
José Armando Valente
FINANCIADO POR:
Secretaria de Educação Especial – SEESP-MEC
e Fundação Nacional das Apaes (FENAPAES)

REFLEXÕES E IMPACTOS:

O objetivo do Proinesp foi o de incentivar o uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na Educação dos alunos com necessidades especiais matriculados em escolas especializadas mantidas por organizações não- governamentais sem fins lucrativos, por meio da disponibilização de recursos tecnológicos e, concomitantemente, da qualificação de professores destas escolas. O projeto apoiou financeiramente ações necessárias à estruturação de laboratórios de informática nas escolas contempladas, visando ao desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais e à formação continuada de professores; desenvolveu cursos de formação para professores das escolas contempladas, com vistas a sua capacitação no uso pedagógico dasTIC; acompanhou e avaliou de utilização das TIC nas escolas; e criou uma interface entre as escolas incluídas no Proinesp e os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) do Proinfo, de modo a proporcionar aos professores o suporte necessário a sua formação continuada e em serviço.

O Projeto surgiu quando o MEC, através da Secretaria de Educação a Distância – SEED, implantou o Programa Nacional de Informática na Educação – Proinfo, abrangendo “a rede pública de ensino de 1º e 2º graus de todas as unidades da federação”. Nesse contexto, a Secretaria de Educação Especial – SEESP – apresenta o Projeto de Informática na Educação Especial – Proinesp, com vistas a contemplar escolas ligadas a instituições não-governamentais que atendem pessoas com necessidades educativas especiais. Dessa forma, em harmonia com as diretrizes do Proinfo, a SEESP buscou incentivar o uso educacional das TIC pelos alunos com necessidades educativas especiais. O projeto previa as condições para a participação das escolas, orientações para a elaboração do projeto pedagógico das escolas,composição dos laboratórios de informática na escola, como especificação técnica dos equipamentos de informática e uma sugestão de arranjo do laboratório.

A primeira oferta do curso de formação, Proinesp I, aconteceu em 2000, para 40 instituições, sendo 28 Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), 10 Pestalozzis, o Instituto Nacional de Estudos da Surdez (INES) e o Instituto Brasileiro dos Cegos (IBC). Foram matriculados no curso 156 professores.A primeira parte do curso foi presencial de 90h sob suporte dos professores dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE) das respectivas localidades das instituições participantes, que auxiliaram os professores-alunos na familiarização com as tecnologias implantadas e os conhecimentos básicos como Introdução ao Windows, Introdução ao Word e Introdução à Internet, sendo cada um deles de 30h de duração.

Após essa formação inicial, teve início a formação a distância em 08 de maio de 2000, com duração de 120h, dividido em duas fases: 1ª Fase, com 9 semanas, de 08 de maio a 07 de julho; 2ª Fase, com 3 semanas, de 18 de setembro a 03 de outubro. Para as atividades a distância os professores em formação foram distribuídos em 7 turmas com aproximadamente 23 participantes cada, sendo que cada uma das turmas tinha um docente, pesquisador do NIED, e dois monitores que acompanharam a realização das atividades em todas as disciplinas.

Além desses profissionais, o curso contou com monitores para apoio à rede, que trabalhavam como webmasters, e com o coordenador, responsável pelo trabalho da equipe e por manter o contato com a SEESP e com a Fenapaes. nied 40 anos: As quatro décadas do NIED em uma retomada reflexiva de seus projetos

O curso foi realizado no ambiente TelEduc e abordou os seguintes conteúdos: Word pedagógico (30h), introdução a linguagem e metodologia Logo (30h), elaboração de projeto pedagógico (30h), análise de software (10h), teleconferência (10h) e discussão sobre interfaces para deficientes (10h). A proposta do curso consta neste arquivo.

Os professores em formação usaram os recursos disponíveis nos laboratórios das suas respectivas instituições. Via TelEduc, realizaram projetos individuais usando as TIC, leituras de textos para discussões coletivas e atividades práticas de uso das TIC com alunos. Também disponibilizaram nos respectivos portfólios os resultados dos projetos individuais e com seus alunos. Dessa maneira, ele tinha a oportunidade de vivenciar situações que permitiram a construção de seu conhecimento contextualizado na realidade da sua sala de aula e/ ou de sua instituição.

A avaliação dos professores em formação se deu por meio do acompanhamento contínuo das atividades e por intermédio de uma atividade escrita, realizada na instituição de origem com a presença do diretor da instituição e, em seguida, enviada pelo correio para o docente do curso. A avaliação final do professor em formação foi composta por 70% da avaliação contínua e 30% da presencial. Foi considerado aprovado quem realizou 85% das atividades solicitadas e obteve média final igual ou maior do que 7. O relatório final sobre o Proinesp I se encontra aqui.

Essa versão do curso a distância atingiu os objetivos propostos, surpreendendo quando ao baixo número de participantes que não conseguiram atingir os objetivos e foram considerados reprovados.

O curso foi ofertado no ano de 2001, Proinesp II, desenvolvido por docentes e pesquisadores do NIED, do Instituto de Computação da Unicamp e do Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), da UFRGS. Este curso teve duração de 12 semanas, de setembro a novembro de 2001, e atendeu 95 instituições, sendo 75 APAEs, nove Pestalozzis, três associações, três centros de Educação Especial e cinco institutos. Foram matriculados no curso 389 professores dessas instituições, divididos em 17 turmas, sendo que cada uma tinha aproximadamente 23. O curso a distância foi desenvolvido via TelEduc e nos mesmos moldes do Proinesp I (veja os documentos com a proposta do curso e com a oferta do curso).

Tanto no Proinesp I quanto no Proinesp II, após o término do curso a distância, foi realizado o Seminário sobre Informática na Educação Especial Proinesp, envolvendo representantes da SEESP, da Fenapaes, docentes do curso e professores em formação. A condição para que os professores pudessem participar do seminário era a elaboração de uma apresentação sobre o que estava sendo realizado em termos de informática na educação, tanto com alunos quanto em termos de ações de formação de professores na instituição. Os resultados desses seminários foram marcantes pela qualidade dos trabalhos apresentados e pelo fato de terem sido realizados como parte do processo de formação.

O Proinesp foi de grande importância para os pesquisadores do NIED, pois permitiu a utilização de uma metodologia de formação a distância baseada no “estar junto virtual” e no uso do TelEduc, desenvolvido no NIED em colaboração com o Instituto de Computação da Unicamp. Os professores em formação estavam trabalhando com seus alunos, estudando o material disponibilizado na plataforma TelEduc e tendo o suporte de pesquisadores quanto ao uso dos conhecimentos no desenvolvimento de atividades usando as TIC com seus alunos.

Um segundo aspecto a ser mencionado foi o fato de o curso ter sido oferecido para uma quantidade grande de participantes, porém divididos em turmas de no máximo 25 professores em formação de modo que os pesquisadores pudessem acompanhar e “estar junto” aos professores e, com isso, garantido que a qualidade da formação pudesse ser mantida. Esta metodologia não só permitiu a formação dos professores no seu próprio local de trabalho, realizando atividades com seus alunos, como permitiu também a implantação do uso da informática nas atividades pedagógicas das respectivas instituições.

Finalmente, os resultados, o curso serviram para mostrar também as limitações das interfaces existentes para o trabalho com algumas populações de indivíduos com necessidades especiais. Por exemplo, os ambientes computacionais usados no curso não estavam adequados à população de cegos que dele estava participando.

MEMÓRIAS

“O projeto iniciou em 1999, através da parceria entre SEESP e Núcleo de Informática na Educação (NIED) da Unicamp, e foram oferecidas duas edições do curso “Formação em Serviço de Professores em Informática na Educação Especial”, em 2000 e 2006, sendo esse último desenvolvido em parceria com o Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE) da UFRGS. Ali tive a oportunidade de trabalhar com o prof. José Valente, profa. Heloisa Rocha (NIED/ Unicamp),e a profa. Lucila Santarosa (NIEE/UFRGS) com deficiência.

Nas primeiras edições atuei como formadora e depois colaborarei com a equipe de produção dos recursos didáticos e configuração do ambiente virtual do curso (inicialmente usávamos o TelEduc).

Foram tempos de muita aprendizagem, desde a mudança que identificamos na linguagem utilizada na descrição das atividades na primeira edição até as alterações realizadas para propiciar maior interação com os participantes. Outra questão importante foi descobrir como organizar recursos didáticos digitais que permitissem ser acessíveis às pessoas com deficiência visual ou baixa visão e às pessoas com deficiência auditiva (e alfabetizadas em Libras). E essas questões permitiram reavaliar a forma como eu ensinava e como organizava os meus materiais para as aulas. Hoje, com o ensino remoto e o uso intensivo da internet e da webconferência, essas questões ainda se tornaram mais significativas e passaram a fazer parte do meu fazer docente.”

Mára Lúcia Fernandes Carneiro

Docente da UFRGS 28/4/2022

Equipe:

Primeira oferta em 2000

  • José Armando Valente
  • Heloisa Vieira da Rocha
  • Maria Cecília C. Baranauskas
  • Fernanda Maria P. Freire
  • Maria Elisabette B. B. Prado
  • Maria Cecília Martins
  • Ann Berger Valente (Colaboradora NIED)
  • Odete Sidericoudes (Colaboradora NIED)

Segunda oferta em 2001

  • José Armando Valente
  • Heloisa Vieira da Rocha
  • Fernanda Maria Pereira Freire
  • João Vilhete D”Abreu
  • Maria Cecilia Martins
  • Ann Berger Valente (Colaboradora NIED)