2015 Campinas e Capivari

Nossa primeira experiência no contexto do Projeto Jovem Hacker aconteceu entre abril e maio de 2014. Avaliamos esses aprendizados, e reformulamos o projeto Jovem Hacker com uma nova proposta para 2015.No ano de 2015, o Jovem Hacker contou com a colaboração de alunos, pesquisadores, programadores, entusiastas da sociedade civil e da universidade.  Através de múltiplos encontros e discussões online, buscamos definir o escopo de um curso de curto prazo para jovens.

A estrutura do curso teve como foco a apropriação tecnológica que perpassa o hardware e o software, porém sem um enfoque no domínio de uma única linguagem de programação ou da necessidade de saber programar, estritamente. Nos alinhamos a um dos preceitos da cultura digital – habilidade de partir de algo que existe, para então fuçar, remixar e alterar para outros propósitos. Usamos o conceito de end-user programming, onde há menor preocupação com toda a estrutura de software e sua arquitetura, e muito maior interesse em fazer algo funcionar para o momento e a demanda que se apresenta.

Com base em uma noção emancipatória da tecnologia, um olhar para end-user programming, uma ética hacker fundamentada no software livre e no pensamento computacional, procuramos embasar a nossa proposta. Para isso, nos perguntamos: Quais as demandas e particularidades dessas práticas? No que tange a formação de jovens, como essas práticas podem ser ensinadas, em contraste com um currículo tradicional e programação? Para procurar responder a essas perguntas, propusemos a estrutura do curso através de oficinas modulares. A proposta buscava fomentar o interesse do jovem pela programação com vistas a criar algo que fosse socialmente útil e pessoalmente gratificante. O curso tinha como base os seguintes módulos (ou oficinas):

  1. Hardware/software livre: neste primeiro módulo foi apresentado o funcionamento físico do computador. Os participantes tiveram a oportunidade de abrir um computador e “fuçar” seus componentes. A relação do computador com outros tipos de hardware também foi abordada, realizando experimentações coletivas com Raspberry Pi e smartfone/celulares.
  2. Introdução à lógica de programação: Para trabalhar introdução à programação utilizaremos o ambiente Scratch. Com uma interface gráfica drag-and-drop, o Scratch permite a criação de histórias interativas, jogos e animações, além de facilitar a importação e criação de vários tipos de mídia (imagens, sons, músicas). Os programas são feitos arrastando-se blocos de comandos que devem ser encaixados uns nos outros como peças de lego. Quando combinados, os comandos formam programas sintaticamente corretos, com isso o usuário pode ter seu foco na lógica de programação sem se preocupar com a sintaxe. O Scratch serviu como um ambiente facilitador para introduzir linguagens de programação mais avançadas.
  3. Programação para a web: Neste módulo os jovens tiveram contato com CSS, HTML e Javascript, uma tríade básica e complementar que permite, em poucas investidas, um grande poder de transformação no layout e funcionamento de páginas web.
  4. Programação de alto nível para a web: Com intuito de colocar os jovens em contato com uma linguagem de programação poderosa e flexível, este módulo abordou o uso de Python, recomendada como linguagem de alto nível para iniciantes. Além de ser de fácil aprendizado, Python pode ser utilizada em diversos contextos, como o desenvolvimento de programas, jogos e, particularmente, aplicações web. O enfoque do módulo foi a construção de jogos 2D utilizando Pygames.
  5. Projeto final: Ao longo do curso, iniciando na fase web, os alunos definiram um projeto de interesse coletivo ou individual, exequível, que pudesse ser trabalhado ao longo de um mês após os módulos. O projeto foi apresentado no encontro final, de fechamento do curso.

No ano de 2015, o Jovem Hacker aconteceu, paralelamente, em duas cidades – Campinas e Capivari. O curso teve os módulos descritos acima, com algumas adaptações dependendo do contexto e do tempo que os alunos tinham disponível. Por exemplo, durante o primeiro módulo ministrado em Capivari, os alunos tiveram a oportunidade de montar os computadores e a rede do laboratório, com vistas a um melhor entendimento sobre o funcionamento de redes e da Internet.

A Edição Cultura Campinas aconteceu de maio a dezembro de 2015, com encontros semanais que duravam 4 horas, totalizando cerca de 112 horas. 16 alunos de escolas públicas participaram das oficinas. Na Edição Campinas, tivemos apoio financeiro da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo (Edital de Cultura Digital) e utilizamos o espaço físico e o laboratório de informática do Minha Campinas.

A Edição IFSP Capivari foi uma ação promovida como projeto de extensão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Capivari. Participaram do projeto aproximadamente vinte adolescentes, alunos do nono ano das escolas públicas de Capivari. Foram dois encontros semanais de maio a dezembro de 2015. As oficinas aconteceram em um telecentro do projeto de inclusão Capivari Digital, onde toda infraestrutura técnica, desde computadores até a rede foram construídos ao longo do projeto pelos próprios participantes. Ao final do projeto, o telecentro e toda estrutura montada ficou como uma contribuição para a comunidade local.

Durante o ano de 2015, buscamos criar um currículo novo e experimental para a formação de jovens, com vistas a encontrar um espaço entre o um curso formal de computação de longa duração, e cursos online de duração curta ou de “sensibilização”. Buscamos introduzir, de forma prática, conceitos básicos e essenciais da computação para que alunos possam construir projetos práticos e começar a sua inserção no mundo da programação e do software livre. Toda essa prática foi permeada por valores essenciais da cultura hacker, onde o compromisso ético com uma web aberta não foi ignorado, assim como a busca pelo conhecimento, a valorização da liberdade e o espírito de partilha. Neste artigo, estão mais informações sobre o Jovem Hacker 2015: Dominando para não ser dominado – Autonomia tecnológica com o Projeto Jovem Hacker, 07/2015

 

Reunião para alinhamento do projeto – 05 de março 2015

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Reunião da equipe – 19 de março 2015

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Boas Vindas – 13 de maio de 2015

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Oficina de Introdução do hardware – Campinas – 20 de maio 2015

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Oficina de scratch – Campinas – 03 de junho 2015

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Oficina de web – Campinas – 22 de julho 2015

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Oficina Python – Campinas – 02 setembro de 2015

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Oficina de desenvolvimento de jogos – Campinas – 11 novembro 2015

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Encerramento – Campinas – 05 de dezembro 2015

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Encerramento – Capivari – 17 de dezembro 2015

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