Logo do Projeto ABInv

 

O LAPTOP EDUCACIONAL E
A EDUCAÇÃO BASEADA NA
INVESTIGAÇÃO: DO ESTUDO
DE FATOS CIENTÍFICOS PARA
O FAZER CIENTÍFICO” – ABINV
(APRENDIZAGEM BASEADA NA
INVESTIGAÇÃO)
COORDENADO POR:
. Armando Valente, M. Cecilia C. Baranauskas
e M. Cecilia Martins
FINANCIADO POR:
CNPq 550382/2011-9

REFLEXÕES E IMPACTOS

O Projeto ABInv foi desenvolvido como um braço do Projeto UCA (Um Computador por Aluno), este último implantado pelo Ministério da Educação (MEC-SEED, 2007), prevendo transformações na maneira como os conteúdos curriculares eram tratados em sala de aula. O objetivo do ABInv era criar nas escolas que estavam participando do Projeto Projeto UCA vinculadas ao NIED-Unicamp, condições para que os alunos utilizassem os laptops (Classmate) para o “fazer científico”, indo além do “estudar fatos científicos”; isto é, fazer ciência ao invés de estudar os conhecimentos acumulados sobre ciências. Assim, o Projeto visou investigar como fomentar processos de mudança em atividades na sala de aula com foco em abordagem pedagógica baseada na investigação científica. Para nos lançarmos na aventura da “aprendizagem baseada na investigação”, os desafios envolviam ressignificar o “fazer pesquisa” da busca na Internet com o laptop, reconhecer e entender as concepções espontâneas dos envolvidos também para “ciência” e “método” pois eram as referências que permeavam a ação dos principais atores em seu contexto. Essa ressignificação passava também pela exploração das características do laptop em termos de sua mobilidade e conectividade.

Os pressupostos para o Projeto envolviam: a) o fato de o conhecimento gerado pela aprendizagem não se traduzir em verdade absoluta, mas ser entendido como parte de um processo de indagação; b) que cada um tem uma concepção espontânea sobre dado fenômeno, que não é necessariamente a explicação do dicionário ou a de um cientista. Assim, ao aprendizado e à maneira de pensar o aprender não interessam apenas a busca de informação, mas principalmente a indagação que a precede. Qualquer processo de aprendizagem ou formação pela investigação deveria possibilitar a indagação sobre a realidade percebida, ainda que de maneira informal. É a partir dessa indagação que torna-se possível a formulação de explicações, suposições (ou hipóteses) sobre algum fenômeno, em geral feita com base na observação. Havendo tais hipóteses é possível pensar em cenários experimentais para testá-las, buscando respostas à indagação inicial. Não é apenas o cientista que indaga, professores e principalmente os alunos também indagam naturalmente, embora esse comportamento em geral não seja promovido pela maioria dos métodos de ensino. Caberia, então, à escola saber fazer uso das indagações do aluno e dos recursos providos pelo laptop, como base e motivação para sua aprendizagem. Foi o que resultou do Projeto ABInv, cuja trajetória metodológica da teoria à prática no cotidiano das escolas envolvidas e seus atores estão apresentados e discutidos no livro produzido que contém o relato de experiência dos professores e seus alunos na aprendizagem baseada na investigação (acessível pelo link informado a seguir).

Participaram deste Projeto três escolas que já atuavam no Projeto UCA-MEC vinculado ao NIED-Unicamp: EMEF Professora Elza Maria Pellegrini de Aguiar, do município de Campinas, EMEF Doutor Airton Policarpo no município de Pedreira e EMEF José Benigno Gomes do município de Sud Menucci; na referência a essas instituições queremos agradecer a todos os participantes – gestores, professores e alunos, que se juntaram aos pesquisadores do NIED nessa caminhada; também ao MEC e ao CNPq pelo fomento, e às Secretarias Municipais de Educação envolvidas, pela viabilização das ações do Projeto.

MEMÓRIAS

A memória principal deste Projeto encontra-se registrada nas 377 páginas de 13 capítulos do livro “ABInv – Aprendizagem Baseada na Investigação”, organizado por José Armando Valente, Maria Cecília Calani Baranauskas e Maria Cecília Martins. O conteúdo do livro está estruturado em quatro partes conforme segue. A primeira parte (3 capítulos), escrita pelos organizadores, apresenta uma síntese do Projeto, sua metodologia e dinâmica de formação para “concepções espontâneas” sobre diferentes fenômenos, atividades “mão na massa” e “reflexões na prática de investigação. A segunda parte (3 capítulos), escrita por gestores e pesquisadores, apresenta a perspectiva e indagações dos gestores para a formação de professores e o movimento do ABInv na Escola. A parte 3 (6 capítulos), coescrita por professores e pesquisadores, mostra resultados da prática do ABInv no cotidiano da escola, com diversos projetos de investigação científica conduzidos. A parte quatro, escrita pelos organizadores, apresenta considerações finais com avaliações do projeto pelas partes envolvidas.

Para além da memória “estendida” do projeto, estão as memórias dos que realizaram a experiência do aprender e ensinar “pela investigação”, experiência esta que certamente gerou novas experiências àqueles que participaram dela, desconstruindo mitos do que é a ciência ou o “científico”, com método e sistematização apoiados pelos “laptops de cem dólares”. Este, por sua vez, que teve seu momento em termos tecnológicos caracterizado pela mobilidade, conectividade e relação 1-1, participou do processo de aprender vivido por cada um, não como protagonista, mas certamente um elemento essencial ao laboratório do “fazer” ciência.

As fotos a seguir (Figuras 1 a 4) ilustram e sintetizam momentos da equipe e dos cenários de investigação conduzidos nas 3 escolas e representam instantâneos da nossa memória afetiva do Projeto. Essa memória é revivida também nos registros de vídeo do Projeto.

Figura 1. Equipe ABInv reunida na Unicamp Figura 2. ABInv na EMEF Professora Elza Maria Pellegrini de Aguiar – Campinas (Espaços de mobilidade e configuração sala de aula) Figura 3. ABInv na EMEF Doutor Airton Policarpo – Pedreira (Os alunos conduzindo sua investigação literalmente “em campo”) Figura 4. ABInv na EMEF José Benigno Gomes - Sud Menucci (Os alunos conduzindo sua investigação literalmente “em campo”)

 

Equipe:

Maria Cecília Calani Baranauskas (coordenadora)
Professora Titular no Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Maria Cecília Martins
Pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada a Educação (NIED) da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

José Armando Valente
Livre docente pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Manoel Lourenço Filho
Economista – Núcleo de Informática Aplicada à Educação – NIED/UNICAMP

Flávia Martins Guimarães Fung
Orientadora Pedagógica na EMEF

Elza Maria Pellegrini de Aguiar,
escola piloto do programa UCA (um computador por aluno) em Campinas.

Gisele Flávia Alves Oliveira
Coordenadora na EMEF

Elza Maria Pellegrini de Aguiar,
escola piloto do programa UCA (um computador por aluno) em Campinas.

Gislene Basso de Paula
Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II da escola EMEF José Benigo Gomes, Sud Mennucci – SP.

Jane Patricia Satin Larissa de Souza Oliveira
Pesquisador Bolsista do NIED – Núcleo de Informática Aplicada à Educação